Abundância, distribuição e habitat
O Taralhão é muito abundante por todo o país durante os meses de setembro, outubro e novembro, aquando da sua migração pós-nupcial. Durante a sua passagem pré-nupcial é muito escasso.
Do litoral ao interior, qualquer zona arborizada é boa para o Taralhão desde que não seja muito densa.
Taxonomia, características e alimentação
A maioria das aves que passa por Portugal pertence à subespécie Ficedula hypoleuca hypoleuca. Durante a sua passagem, o Taralhão apresenta já a sua plumagem de inverno, menos vistosa do que a plumagem nupcial, tendo substituiu os pretos por tonalidades acastanhadas e sem ostentar a típica mancha branca na testa.
A plumagem nupcial do Taralhão, raramente observada em Portugal, é, basicamente, uma combinação de preto no dorso e nuca, cauda preta, asas pretas com mancha branca nas primárias, peito e garganta brancos, com uma mancha branca na testa. Em ambas as plumagens é bastante notória a mancha branca nas asas, típica desta espécie.
A sua alimentação é, basicamente, composta por insetos. É um caçador de espera e como voador exímio que é, chega a capturar as presas em pleno voo.
Biologia da reprodução:
O local do ninho é escolhido pelo macho de forma indiscriminada, tanto podendo ser em cavidades muito ou pouco fundas e de toda a espécie, inclusive em caixotes! O macho ocupa o seu território de nidificação e procura atrair as fêmeas que vão a passar, para junto da cavidade. Quando esta agrada à fêmea é sinal que o macho também é aceite. A postura costuma ser de entre 6 a 8 ovos. O choco, entre maio e junho, tem a duração de cerca de 13 dias, permanecendo as crias no ninho entre 13 a 14 dias.
Movimentos e fenologia
Migrador de passagem, vindo de África, o Taralhão faz de Portugal um dos países da sua rota pré-nupcial, rumo a Espanha, onde nidifica entre os 1000 e 1500 m de altitude, bem como da sua viagem pós-nupcial, de regresso a África.