Taxonomia, características e alimentação
Em Portugal ocorrem 2 subespécies: no norte ocorre a nominal, P. m. major, enquanto no resto do país ocorre a subespécie P. m. corsus.
Com cerca de 14 centímetros de comprimento e 20 gramas de peso, o dorso verde-azeitona, a cabeça negra, colar preto, as faces brancas e o peito amarelo com uma longa lista negra, nitidamente mais larga no macho do que na fêmea, o Chapim–real é dos maiores chapins existentes.
Insetos e sementes ricas em gordura fazem parte da sua base alimentar. Quando procuram os alimentos, os Chapins-reais martelam com o seu forte bico, prendendo, como só o fazem muito poucas outras aves, os alimentos entre os pés e a base.
De resto o seu comportamento é bastante imprevisível, chegando mesmo a vir buscar o alimento à nossa mão.
Fora da época de nidificação guardam certas distâncias uns dos outros, sendo muito difícil, por exemplo, encontrar dois chapins poisados no mesmo comedouro.
Durante o outono vasculham todos os cantos possíveis e imaginários à procura de alimento.
Em Inglaterra, por exemplo, os Chapins-reais ficaram famosos pelo facto de conseguirem tirar as cápsulas de alumínio das garrafas de leite para comerem a nata do seu interior!
Biologia da reprodução
O canto deste chapim é bastante versátil, chegando a enganar outras aves com as suas imitações. Começam a cantar logo a seguir ao Natal, em dias amenos de inverno, como se tratasse do primeiro cumprimento primaveril.
Faz o ninho em cavidades de árvores e em caixas-ninho espalhadas estrategicamente. No entanto, já foram encontrados ninhos feitos em tubagens de fogões, baldes amachucados e em caixas de correio!
É a fêmea que escolhe a cavidade e constrói o ninho com um cuidado espantoso, começando por a encher de musgo, por maior que ela seja. Quando se trata da tubagem de fogões, por exemplo, ela é cheia até vários metros de altura e só depois é que a fêmea faz uma depressão no musgo, em forma de uma tigela funda e semiesférica, revestindo-a de pelos e penas.
Em Portugal podem ocorrer duas posturas, de 3 a 9 ovos, entre março e junho. Alimentada pelo macho, é a fêmea que choca os ovos durante cerca de catorze dias. É o casal que cuida da alimentação dos filhotes. Sempre que capturam lagartas ou outros insetos, voam para o ninho, chegando a fazê-lo novecentas vezes por dia!
Os filhotes abandonam a cavidade ao fim de 18 a 20 dias, o que perfaz quase o dobro do tempo de qualquer outra ave de igual tamanho que crie em liberdade. Depois de os filhotes começarem a voar, a família ainda permanece unida durante duas ou três semanas, continuando as avezinhas a serem alimentadas pelos progenitores.
Movimentos e fenologia
As populações que nidificam em Portugal são essencialmente residentes, mesmo em zonas serranas. No entanto, as populações do Norte da Europa podem efetuar, com irregularidade, movimentos irruptivos envolvendo grande quantidade de aves, algumas das quais podem alcançar o nosso país, como comprovam as capturas de indivíduos anilhados em zonas de criação da Bélgica, Polónia, Lituânia e Rússia.